quinta-feira, 26 de abril de 2012


     Ela chegou aonde quis, mas chegou só, chegou doída..
     Não sabia nem hesitar explicar o porquê de um caminho tão embaraçoso e constrangedor.
     Seu maior pecado foi querer amar, e sempre mentir a si mesma.
     E disse: “Não sei, só sei que foi assim, ou não, talvez tenha sido – para minha sorte – apenas mais um pesadelo em que acordei assustada na cama vazia”.
     E doeu, como nunca antes, doeu por saber que suas feridas ainda estavam ali, tão vivas como no momento em que foram concebidas. Ela quis chorar, mas há muito já não estava em seu mundo.
     A menininha se esticou tanto para crescer que conseguiu, mas quando alcançou o topo da colina percebeu que nem de longe era o lugar que encenou seus sonhos.
     Quis fazer cena, mas sua garganta não proferiu nenhum grito d’alma, seus olhos secaram, e seus joelhos se mantiveram firmes.
     E lá de pé, no alto da colina, ela fechou os olhos e imaginou...

            “O som de sua voz ecoava dentro de mim me fazendo sentir tão feliz que poderia chorar. Seus traços, seus movimentos, pareciam estar em câmera lenta. Ele era a personificação das minhas letras, do meu eu mais íntimo e secreto.
            Desvendava-me com seu meio sorriso.
Ali permanecemos, sob o tom amarelado do fim do dia, nos enamorando.”

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